Case Offshore de atendimento a um cliente Private, perfil moderado, empresário do agronegócio, casado, 3 filhos que estudam fora...

Cheguei ao escritório em Alphaville. O cliente (vamos chamá-lo de Marcelo) me recebeu em uma sala envidraçada, com vista para o pátio onde três SUVs importadas brilhavam sob o sol. Um homem sereno, firme, com aquele olhar típico de quem toma decisões de milhões todos os dias.

INVESTIMENTOS E FINANÇAS / PRIVATE BANKING

Heraldo Fonseca, CFP®

12/2/20252 min read

Heraldo, gosto de retorno, não tenho medo de risco. Mas quero entender essa história de offshore. Falam que é coisa de quem quer esconder dinheiro. Não é o meu caso.

Sorrio, porque essa é uma dúvida mais comum do que parece.

— Marcelo, o conceito de offshore é, na verdade, sobre proteção e eficiência, não sobre esconder. Quando falamos de offshore, estamos tratando de estrutura patrimonial internacional, algo natural para quem tem negócios relevantes, exposição global e precisa de planejamento sucessório e fiscal.

Ele cruza os braços, atento.

Mas eu já tenho holding no Brasil, truste e previdência. O que muda?

— A diferença é o alcance e a blindagem internacional. Sua holding local protege o patrimônio dentro do país. A estrutura offshore permite expandir isso: ter conta em dólar, acessar investimentos globais diretamente, reduzir risco de concentração no Brasil e facilitar a sucessão para os seus filhos, que, inclusive, estudam fora, certo?

Ele confirma com um aceno.

Sim, um em Boston, outro em Londres.

— Pois bem. Imagine que algo lhe aconteça. Um inventário aqui pode levar anos, e o câmbio pode oscilar muito nesse tempo. Se parte da sua liquidez estiver em uma estrutura offshore, digamos, nas Ilhas Cayman ou nas Bahamas, com um trust bem desenhado, a sucessão ocorre de forma automática, sem travar recursos nem perder rentabilidade.

Marcelo se inclina na cadeira.

E o imposto?

— Totalmente declarado, transparente. O offshore não reduz imposto no Brasil de forma irregular. Mas permite planejar quando e onde tributar. Por exemplo, com uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, você pode acumular ganhos em dólar, reinvestir globalmente e só trazer os recursos ao Brasil quando for conveniente, como num momento de câmbio favorável.

Ele sorri. — Entendi... É mais sobre estratégia do que segredo.

— Exatamente. Hoje você tem cerca de R$ 37 milhões líquidos. Sua carteira é sofisticada, com fundos estruturados, multimercados macro e crédito high yield. Mas perceba: tudo ainda está no mesmo país onde você empreende. Ou seja, além do risco do agronegócio, há o risco Brasil embutido.

Faz sentido. Eu diversifiquei, mas continuei dentro do mesmo mapa.

— É isso. A proposta não é tirar o dinheiro do país, mas tirar o risco do país. Com uma estrutura offshore, você passa a ter exposição direta a ativos internacionais, fundos long/short globais, títulos americanos, dólar, ouro, todos em uma governança única.

E qual seria o tamanho ideal dessa alocação?

— Para o seu perfil, eu sugeriria algo entre 20% e 30% do patrimônio líquido. Isso permitiria equilibrar sua exposição ao risco local sem abrir mão do retorno. A gestão pode ser feita via family office ou discretionary account, com relatórios consolidados.

Marcelo faz uma pausa, olhando para a mesa.

Então, no fim das contas, offshore é uma ferramenta de continuidade.

— Perfeito. É sobre garantir que o império que você construiu continue sólido, mesmo quando o tempo e os países mudam.

Ele se levanta, me estende a mão. — Vamos avançar. Não quero apenas rentabilidade, quero legado.

E é aí que o Private Banking se revela no seu melhor; quando o foco deixa de ser a próxima aplicação e passa a ser a próxima geração.

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Um abraço do seu amigo, Heraldo Fonseca, CFP®!

Imagem: Globo Rural